segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NÃO CONTÉM GLÚTEN – CELÍACOS VIAJANDO PELO MUNDO!

Resumidamente, glúten é uma proteína encontrada nos grãos de trigo, aveia, cevada e centeio e sua função principal é dar elasticidade a alimentos como pães, pizza, bolos, entre outros. Cerca de 1% da população mundial apresenta uma doença herdada geneticamente chamada DOENÇA CELÍACA (DC) e o único tratamento para tal, é a completa retirada do componente tóxico da alimentação diária.

Descobri que sou celíaca há pouco mais de 12 anos e confesso que viajar requer um planejamento à parte, mas não há nada que o ser humano não se adapte... Existem três pré-requisitos básicos que não podem faltar na check-list de um viajante celíaco. 1- Jamais comprar passagem aérea de voo internacional sem requerer o 'gluten-free meal.' 2- Nunca fazer o check-in em um hotel sem antes pedir o 'gluten-free breakfast.' 3- Não existe restrição para a comunicação, seja ela verbal ou virtual através do help mágico do google tradutor, portanto se você tem alguma intolerância ou alergia alimentar, FALE.

Geralmente quando pedimos informação nutricional de um alimento e perguntamos se o mesmo contém ou não glúten, a resposta é dada de forma natural, “NÃO CONTÉM GLÚTEN” ou “INFELIZMENTE CONTÉM, MAS PODEMOS PREPARAR ALGO ESPECIAL, NO WORRIES!” Raramente o consumidor sairá do estabelecimento sem opção alguma. Essa conscientização generalizada que rolou no exterior no que diz respeito à intolerância alimentar em todos os aspectos, infelizmente é considerada 'baby steps' em nosso país.




Devido ao elevado número de diagnósticos de portadores de doença celíaca e presença predominante de componentes contendo glúten na culinária de diferentes culturas, foi necessária uma reformulação maciça dos menus para que os estabelecimentos pudessem receber seus clientes, e acredite, a obsessão pela qualidade dos produtos livres de glúten lá na gringa é gritante... Além disso, houve uma conscientização não somente sobre a doença celíaca, mas também sobre todos os tipos de intolerância a alimentos, que se estendeu dos restaurantes mais renomados e sofisticados das grandes metrópoles a restaurantes de bairros, de grandes supermercados a mercearias e assim por diante... 

Bloom's

Tem um fato bastante curioso de quando estava morando em NY. Praticamente ao lado do meu prédio havia um ‘restaurantezinho’ chinês, e era tão minúsculo que foi preciso terceiros me informarem que aquilo era um restaurante... Um belo dia resolvi entrar no estabelecimento com um amigo e para minha surpresa, me deparei com um cartaz enorme explicando um pouco sobre os principais tipos de intolerância e deixando claro ao cliente que se caso ele apresentasse algum tipo de restrição alimentar, que expusesse o problema e então os atendentes apresentariam as opções apropriadas.  Me tornei cliente numero 1 e percebi que o progresso realmente havia chegado por toda a cidade




Produtos encontrados no Whole Foods Market - Uma rede de supermercados americana.

Tu-Lu's Gluten-Free Bakery - Sim, todos os produtos dessa padaria são livres de glúten e o melhor - ficava a três blocos do meu prédio. Eu experimentei praticamente todos e claro que foram dignos de receber o selo de qualidade 1000! ;)

Nada mal um brunch em um dia de muita neve no East Village com direito a pancakes, waffles e sanduíches gluten-free não é mesmo? No meu primeiro mês em NY eu tive a sorte de ter conhecido o Gabriel, que também era celíaco, inclusive foi ele quem me apresentou o 'restaurantezinho' chinês.

Antigamente a pergunta era “O que comer?” Mas devido ao leque de opções, hoje em dia a questão em pauta é “Como decidir o que comer diante de tantas possibilidades?” Os viajantes realmente se deparam com o paraíso gastronômico, pois tornou-se absolutamente comum sentar-se em um barzinho e pedir uma cerveja gluten-free, ter o prazer de tomar um chocolate quente acompanhado de um delicioso brownie também gluten-free no Starbucks, comer um hamburger em alguma snack bar, experimentar diferentes sabores de pizza em uma pizzaria, apreciar o ambiente maravilhoso de um restaurante italiano acompanhado de uma bela macarronada e elevar o nível de felicidade frequentando as maravilhosas bakeries e pâtisseries espalhadas pelo mundo afora.

Bistango (Restaurante Italiano) - Fico até emocionada ao ver essas fotos, mas a torta de mousse de chocolate me faz sentir uma emoção à parte - acho que essa foi a melhor sobremesa que eu já comi na vida!


Starbucks Coffee - Quem nunca né? Não há o que discutir, o Starbucks tem o melhor Frappuccino EVER e em Londres eu ainda encontrei gluten-free brownies. Tenho certeza de que isso foi um presente da Terra da Rainha pra mim (?) - SQN!

Esse pedaço de pizza e esse hamburger bun (ambos sem glúten) foram responsáveis pelos meus quase sete quilos a mais em NY e os croissants fizeram parte das minhas manhãs felizes no hotel onde me hospedei em Amsterdam.

Peggy Porschen - PARA TUDO porque essa é a pâtisserie mais fofa de Londres e tem o melhor hot chocolate do universo! Por ironia do destino, somente agora percebi que não tirei uma foto sequer dele. Sorry :(  Não  encontrei muitas opções gluten-free por lá, entretanto, as que eu encontrei já foram suficientes para receberem aquele meu selo de qualidade 1000 citado anteriormente, sabe? 

Le Vin Bistro - Um pedacinho da França em São Paulo e a nítida sensação de realmente estar em um bistro parisiense... Ambiente agradabilíssimo e boa mesa!

Veniero's Pasticceria & Caffé - Esse foi um dos presentes mais especiais que já recebi até hoje! Minhas roomies prepararam uma linda surpresa e encomendaram um gluten-free cheesecake para comemorar meu aniversário...  Foi simplesmente perfeito!!!


Por causa da doença celíaca, eu aprendi a apreciar ao máximo o melhor da gastronomia gluten-free de cada lugar que eu visito. Nós celíacos e demais intolerantes, sabemos o quão satisfatória é a sensação de podermos comer de tudo sem nos preocuparmos. Isso só nos prova que a restrição é apenas alimentar e não social. E como dica final, sugiro que jamais deixe de fazer algo que você deseja muito por causa da alimentação, afinal, não existe limites para descobertas surpreendentes.   

E falando em 'o melhor da gastronomia', esse é o tipo de sobremesa que a gente come com os olhos não é mesmo? Pois bem, o nome dessa maravilha é PAVLOVA  e foi um achado em alguma boulangerie em Covent Garden (Londres). É crocante por fora como se fosse um suspiro e super macio por dentro, óbvio que o sabor não deixou a desejar em momento algum. Dizem que a iguaria foi inventada após uma viagem realizada pela bailarina Anna Pavlova para a Austrália e Nova Zelândia e os dois países reivindicam até hoje sua invenção. Seja lá quem for o criador, só sei que é show! 







domingo, 12 de outubro de 2014

OI, MEU NOME É ANDRÉIA E EU SOBREVIVI AO “MAU HUMOR” DOS PARISIENSES... QUER SABER COMO?


Cá entre nós, se tem um assunto intrigante e no mínimo curioso que gera uma certa  polêmica em boa parte da população mundial, esse assunto é o tal do “MAU HUMOR DOS PARISIENSES. Com fama de arrogantes, chatos, grosseiros, rudes e por aí vai, os moradores da capital francesa deixam alguns turistas desapontados, pois desaprovam a maneira grotesca como são tratados pelos locais.

Não estou escrevendo esse post para criticar o estilo dos parisienses, até mesmo porque isso é uma questão cultural, meu intuito é único e exclusivamente tentar facilitar a convivência entre os povos e evitar certos choques culturais... APENAS! Portanto resolvi escrever um top 5 dicas de como 
sobreviver ao jeito difícil de lidar dos parisienses...

Eu costumo dizer que Paris é uma cidade que a gente odeia amar, pois em contrapartida ao “mau humor” dos locais, a capital francesa respira arte e romantismo em sua melhor qualidade. Formada por monumentos clássicos que colaboram para uma estrutura arquitetônica indescritivelmente magnífica, além de apresentar ao mundo excelentes molduras em renomados museus, e como se não bastasse, Paris é a capital da moda, do luxo e do glamour.






1 - NUNCA ESPERE UM BOM TRATAMENTO POR PARTE DE UM PARISIENSE, POIS ESSA NÃO É A ESPECIALIDADE DA CASA.

A regra é simples e objetiva, jamais tenha a expectativa de ser recebido calorosamente em estabelecimentos como lojas, cafés e restaurantes, ou ganhar um sorriso simpático nas ruas. Saiba que os parisienses “têm mais o que fazer” e enquanto Paris é a sua cidade dos sonhos de uma vida inteira, para eles, aquela maravilha toda faz parte do cotidiano, inclusive a existência dos turistas dos quatro cantos do mundo... Mas como toda regra tem sua exceção, você pode sim se surpreender com parisienses bem humorados...  

2 - TENHA NA PONTA DA LÍNGUA PELO MENOS O BÁSICO DO BÁSICO DO VOCABULÁRIO FRANCÊS.

Não estou dizendo que você tem que fazer um curso intensivo de francês e falar fluentemente para visitar Paris por uma semana, mas uma vez que você decide conhecer a capital da moda, recomenda-se que tenha pelo menos uma noção básica do idioma.

Por questões históricas, os franceses não curtem muito que você fale com eles em inglês, por esse motivo, o ideal é que você saiba iniciar uma conversa em francês usando “Bonjour / bonsoir, je ne parle pas français...”, sente o clima e daí sim você pergunta se a pessoa está a fim de falar inglês com você.

Além de “bonjour e bonsoir,” (bom dia e boa noite), existem outras palavras e expressões para você impressionar os parisienses, anota aí... Au revoir: Tchau, pardon: quando você não entendeu o que a pessoa disse, excusez-moi: com licença, désolé: desculpas, pas de problème: não tem problema, merci: obrigada (o) merci beaucoup: muito obrigada (o), de rien: de nada, s’il vous plait: por favor. É importante que você saiba essas palavrinhas mágicas para que possa introduzir em algum momento da sua conversa, mas aquela história de que francês jamais fala em inglês ficou perdida em algum lugar do passado, eles apenas não curtem muito.

3 - SUTILEZA GERA GENTILEZA EM PARIS.

Paris tem uma cultura baseada em bons costumes e se tem uma coisa que os parisienses valorizam é a harmonia dos lugares. Todos os objetos encontrados em estabelecimentos públicos estão minunciosamente organizados e um exemplo disso, são as mesinhas (literalmente) dos charmosos bistrôs e cafés espalhados pela capital francesa afora, que acomodam no máximo três ou quatro pessoas e estão cuidadosamente distribuídas de forma que possa valorizar o espaço e a arquitetura do local. 

Ao entrar em uma galeria ou loja, seja discreto e não chegue tocando e retirando as peças dos seus devidos lugares, contenha-se e espere que um atendente o ajude. O mesmo vale para restaurantes, cafés e bistrôs. Ao chegar no estabelecimento, aguarde na porta porque certamente alguém te conduzirá à uma mesa disponível. Uma vez acomodado, espere que o garçom virá até você sem a menor necessidade de levantar a mão ou até mesmo elevar o tom de voz. Os garçons se organizam para fazer tudo no tempo deles e acredite, surte efeito!



É de suma importância não confundirmos receptividade com intimidade, por essa razão, muitas vezes frequentar lugares públicos parece exigir uma certa paciência, mas no fim das contas, percebemos que tudo é uma questão de educação e assim a reciprocidade de gentilezas se torna natural e não apelativa.

4 - DEIXE TODOS OS MIMIMIs EM CASA E ESTEJA PREPARADO PARA LEVAR BRONCAS.

Todo turista comete gafes no exterior e lidar com todos os bons modos da cidade luz é uma tarefa difícil, portanto esteja preparado para levar uma bronca de algum parisiense pelo fato de estar pisando em algum lugar que não deveria, por estar falando alto, por arrastar uma cadeira em algum bistrô, enfim, se isso acontecer, ABSTRAI, RELEVA e SUPERA! Peça desculpas, saia à francesa e não guarde mágoas, guarde euros para gastar na Champs Élysées. Paris é incrível demais para ficarmos dando ênfase aos contratempos devido às diferenças culturais entre turistas e locais.








5 - FAÇA BOM PROVEITO DA TEORIA DO SORRISO.

Uma dica que costuma ser infalível não somente em Paris, mas em qualquer lugar do mundo, é a teoria do sorriso. Os franceses são sim recatados, mas podem ser muito gentis caso você tenha jeitinho e simpatia. Lembre-se: você está no território deles e cada povo tem seus costumes e valores... Sorria e seja simpático em Paris sem esperar nada em troca, porque assim você pode se surpreender positivamente.




Paris é um verdadeiro encontro do tradicional e do moderno ao mesmo tempo. O avanço tecnológico e o interesse pelo inovador são parte da característica dos parisienses, entretanto, é nítida a força da preservação dos costumes e do ambiente provinciano. Isso não pode ser confundido com conservadorismo, mas entendido como respeito de uma nação para com a sua história.